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Origem dos Rituais do Rito Francês

Traduzido por Julio Lussari

A origem do Rito Francês remonta à época da introdução da Maçonaria na França nos anos 1720-1730. Os textos que, a partir de 1737, nos fazem conhecer esta primeira Maçonaria Francesa, mostram claramente que os elementos básicos do Rito Francês como o praticamos hoje, já estavam presentes ali, e que este Rito é apenas o resultado do desenvolvimento desses elementos básicos, que ocorreu durante o século XVIII.

Embora as primeiras Lojas francesas não tenham sido fundadas pela Grande Loja Inglesa de 1717, as relações entre esta Grande Loja e a primeira Maçonaria Francesa eram estreitas, e a comparação entre os textos franceses e os textos ingleses da época mostra que os primeiros rituais franceses e os catecismos estavam essencialmente de acordo com os da Grande Loja Inglesa.

Em particular, as palavras do primeiro ou do segundo grau, e o lugar dos Vigilantes, sempre estavam em conformidade, na Maçonaria Francesa do século XVIII, com o que eram na Maçonaria da Grande Loja Inglesa de 1717. Podemos, portanto, dizer que o Rito Francês é herdeiro destas práticas, através da primeira maçonaria francesa.

A Grande Loja Inglesa de 1717 foi, posteriormente, chamada de “Grande Loja dos Modernos” pelos adeptos da Grande Loja rival fundada em 1751 que se autodenominava “Grande Loja dos Antigos”, e que tinha diferentes usos, em particular sobre os dois pontos previamente citados. Esta é a razão pela qual o Rito Francês também foi chamado de Rito Moderno. No entanto, as denominações de Rito Francês e Rito Moderno são posteriores, não surgindo antes do final do século XVII, e mesmo, no que se refere ao segundo, após o início do século XIX. Eles são consecutivos ao aparecimento de Ritos qualificados como escoceses, ou que afirmam ser a Maçonaria dos Antigos.

Durante o século XVIII, desenvolveram-se os rituais praticados na França e ali foram introduzidos novos elementos, como as viagens, as purificações ou as provas a elas associadas, e outras provas como as do sangue e do cálice da amargura.

Todos esses novos elementos somados aos rituais vindos da Inglaterra conferiram às cerimônias francesas um caráter que as distingue muito claramente das inglesas, embora o caráter geral permaneça o mesmo. Essas contribuições francesas aos rituais são encontradas em formas semelhantes no Rito Escocês Retificado e no Rito Escocês Antigo e Aceito. Mas o que caracteriza o Rito Francês em comparação com outros é que ele permaneceu muito próximo das práticas gerais da maçonaria francesa do século XVIII. O Rito Escocês Retificado foi influenciado pela Estrita Observância Alemã e pela doutrina de Martinez de Pasqually. O Rito Escocês Antigo e Aceito adotou os elementos básicos da Maçonaria Inglesa dos Antigos e deu aos seus graus azuis um conteúdo hermético que no século 18 permaneceu como prerrogativa de certos altos graus. Nada semelhante aconteceu com o Rito Francês.

O desenvolvimento dos rituais no século 18 foi facilitado pelo fato de que a Grande Loja da França, então sua sucessora o Grande Oriente da França em seus primórdios, não tinha rituais oficiais. Mas isso também resultou em uma diversificação de rituais. O Grand Orient de France, a fim de restaurar a uniformidade, começou em 1779 a escrever rituais destinados a se tornarem oficiais. Este trabalho terminou em 1785, e a redação final foi aprovada pela assembleia geral do Grande Oriente, ganhando força de lei nas Lojas de sua jurisdição, que eram a grande maioria das Lojas francesas.

Várias cópias desses rituais de 1785 manuscritos anteriores à Revolução permanecem preservados.

Em 1801, foram impressos em um volume intitulado Le Régulator du Maçon, e é por esse nome que são geralmente conhecidos.

Os rituais em uso na Grande Loja Nacional Francesa foram estabelecidos com base nos rituais de 1785. Não são, porém, a reprodução pura e simples, porque os rituais de 1785, por mais preciosos que sejam, nem sempre são tão explícitos ou tão precisos quanto pode ser desejado por conveniência prática, bem como para a transmissão adequada de alguns dados tradicionais da maçonaria francesa do século XVIII.

Eles, portanto, tiveram que ser esclarecidos, levando-se em consideração, quando necessário, os costumes maçônicos e os documentos antigos que complementavam os rituais de 1785 em certos pontos.

FONTE: Introdução do Ritual de Aprendiz do Rito Francês da Grande Loja Nacional Francesa – 2012.

Rodrigo de Oliveira Menezes

M.'.M.'. da Loja Amizade, Trabalho e Justiça nº 36, Or.'. de Umuarama, filiado ao Grande Oriente do Paraná, exaltado ao Sagrado Arco Real pela GLPR e filiado a mais 6 corpos Superiores distintos (SC33PR, MIGCMRSRFB, GCCTRFB, SCFRMB e GCKFRMB-PR).

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